sábado, 29 de dezembro de 2018

Imagine Belieber Hot - Capítulo 5

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                               Capítulo 5 - Erros e acertos
                                                                      SeuNome Stroome



Não quero ninguém a não ser você. Ainda não entendeu isso?



Eles estavam naquela a quase dez minutos.
Um jogo duro.
Sem perdedores.
Frio.
Ninguém havia notado.
Ninguém que não fosse a pessoa mais desatenta e atrapalhada daquele lugar.
Eu havia visto.
O senhor Bieber estava parado próximo a recepção. Os braços apoiados ao balcão e seus olhos fulminantes focados na coluna próxima á saída. E com as costas apoiadas contra a coluna e os braços cruzados, estava nada mais e nada menos que o cara de olhos verdes.
Elas se encaravam firme.
Como numa competição.
Uma competição da qual só ganharia quem enchesse o outro de medo e pânico o suficiente para que desviasse o olhar. O que não aconteceu.
Voltei minha atenção para o rapaz de olhos verdes.
Como era possível alguém conseguir se manter firme daquela forma sendo encarado por nada mais e nada menos que o senhor Bieber?
Como ele conseguia?
Quem era ele?
Pigarreei, olhando para o meu computador com um folder incompleto á minha frente. Me lembrava do que havia acabado de acontecer na sala de conferências e me perguntava o que diabos estava acontecendo.
Eu sabia que estava pensando demais sobre aquilo e que se não perguntasse logo a alguém iria acabar enlouquecendo.
Ao mesmo passo que sabia que se perguntasse a alguém, achariam que eu estava ficando louca.
Mas entre as duas alternativas, eu preferi ignorar o que os outros pensavam, afinal.
Minha curiosidade decidiu por mim, na verdade.
E a vítima foi Pam, que estava localizada ao meu lado, em meio aquelas mesas próximas á recepção.
- Não sei, concentre-se no seu folder. - foi o que a vagabunda respondeu.
- Mas eu queria sab...
- Não importa, concentre-se no folder.
- Mas o...
- SeuNome. - ameaçadora - Folder.
Arregalei os olhos pra ela.
- Não vou deixar que trabalhe. - puxei os documentos que estava assinando de suas mãos.
- SeuNome - cerrou os olhos pra mim - Devolva isso agora!
Cruzei os braços, os olhos fechados e um "lá-lá-lá" repetitivo sendo cantarolado por minha boca.
- Não brinque com isso! - reclamou, tentando tomá-los de minhas mãos enquanto eu fazia uma dancinha, me requebrando de olhos fechados com o papel.
- Quantos anos tem? - rosnou, impaciente.
Brincadeiras infantis eram o ponto fraco da maioria das pessoas com QI alto como o de Pam.
- Quantos você quiser. - mostrei a língua.
- Certo. Você venceu. Ha-ha-ha, conseguiu me irritar. Ok, agora me devolva o me...
- An, an. - levantei meu dedo didático pra ela também - Antes quero saber sobr...
- Tá, tá. - puxou os documentos de minhas mãos, como se fossem seu bem mais precioso - O que exatamente quer saber?
- O que você souber. - dei de ombros, também não fazendo ideia do que queria.
Só sabia que havia um transtorno obsessivo compulsivo que não deixaria que eu dormisse essa noite sem saber.
Respirou fundo, voltando a escrever enquanto falava. Eu também havia voltado para o meu folder, mas não sem antes dar uma olhada na recepção, da qual já estava vazia, assim como a coluna próxima á saída.
Chequei mesmo, me deixa.
- Foi algo no passado. Ninguém sabe ao certo. Algo imperdoável aconteceu.
- Imperdoável?
- Isso. - respondeu - Mas, como eu disse, ninguém sabe ao certo. Foi um grande problema que nenhum funcionário ficou sabendo. Os dois eram amigos, uma daquelas amizades de anos de companheirismo e segredos guardados. Quando do nada, não se falavam mais, não interagiam, se odiavam. Harry sumiu da empresa por um tempo também.
Harry.
Então esse era o seu nome?
Harry?
- Não se sabe porque voltou e vejamos, porque foi aceito de volta, afinal. - estava falando rápido, como fazia quando estava muito centrada em seu serviço - Retinir tem "r" no final. - disse e eu voltei a prestar atenção no que estava digitando. A linha vermelha logo abaixo da maioria das palavras, indicando que eu, em minha falta de atenção, estava escrevendo tudo errado.
- Ah, desculpe. - me apressei para arrumar.
- Não diga "desculpe" quando deve dizer "obrigada". - piscou para mim, inteligente. E eu parei para observar o além e tentar absolver aquele conselho.
Sempre sabia o que dizer. E não dizia com maldade.
Estava sempre ali para me dizer algo bom, que me ajudaria na vida, que me protegeria. Sempre queria o meu bem.
E havia sido por isso que o que disse logo a seguir, me fez tremer com tanta intensidade e parar tudo o que estava fazendo:
- Fique longe do senhor Bieber. Por favor. - respirou fundo, enquanto eu prendia o ar - Eu sei o que está pensando, mas....eu só quero evitar que... - balançou a cabeça - Não quero que tenha um fim semelhante ao de...
Meus ouvidos estavam apontados em sua direção, mas eu estava paralisada.
Queria ouvir como sua frase terminaria.
Precisava ouvir.
Nem me mexia.
Mas ela pareceu achar não ser uma boa ideia o fazê-lo. Por isso não terminou.
Por isso se levantou e foi para algum lugar, mesmo sendo a pessoa mais compromissada naquela empresa e que jamais tirava tempo de descanso em horário de expediente.
A situação era tensa.
E eu me concentrei no computador á minha frente com milhões de coisas passando rapidamente por minha cabeça.
Senti um aperto no peito.
Minha bolsa.
A falta que ela fazia.
Eu digitei freneticamente por uns cinco minutos, mesmo sabendo que teria que apagar tudo de novo. Já que aquele trabalho exigia perfeccionismo.
Senti Pam se sentando ao meu lado novamente.
- Eu queria saber como termina a frase, Pam. - liberei minha voz devagar, em meio a um suspiro trêmulo - Sei que é errado me enfiar na vida do meu chefe dessa forma, mas... - me virei devagar para ela, parando imediatamente.
Os cabelos esvoaçantes.
O vermelho vivo gritante.
O sorriso provocador e debochado.
O batom vermelho.
Ninguém menos que Chloe Coelho.
Parei, esperando que ela dissesse algo e ignorasse toda aquela frase.
- Anda se enfiando na vida do seu chefe, Stroome? - ainda estava rindo, enquanto eu me mantinha totalmente sem graça e desconcertada - E o que mais faz? Ele tem conhecimento disso?
Passei as mãos pelos meus cabelos.
Nunca seria capaz de soar rude ou grossa.
Então o que escapou por minha boca foi mais como um sussurro incompreensível:
- O que quer?
Estava rindo novamente. Bem na minha cara.
Enquanto eu me paralisava frente á sua reação.
- Não precisa assumir essa pose defensiva, SeuNome. - tocou meu braço, falsa - Logo estará fora mesmo, não é? - seu tom havia sido forçadamente meigo.
Engoli em seco.
Não gostava daquilo.
- Não pensa que uma pessoa sem talento algum chegará a algum lugar aqui, pensa?
Engoli em seco mais uma vez.
Não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
Nem no que estava ouvindo.
E nem em como estava me atingindo.
Se levantou, cautelosa.
Eu desejei que alguém surgisse ali, do além e me defendesse. Que Dallas atravessasse os portões e puxasse aqueles cabelos, lhe arrastando pelo chão. Já que nunca conseguia o fazê-lo.
- E-eu...n-n-não entend...
- Nunca entende. Esse é o seu problema. - apontou o dedo para o próprio cabelo, apoiando os dois braços sobre a mesa - Não pensa.
O que quer? - repeti a pergunta a garganta apertando, o nervosismo chegando, a visão embaçando.
Estava prestes a chorar.
E me odiei por isso.
Queria ser forte.
Mas era fraca.
Todos os dias dizia a mim mesma que seria mais forte, que enfrentaria todos os meus problemas, que passaria a me amar...
Mas no fim, era isso.
Eu era isso.
Era sempre assim.
Ela tinha razão, no fim das contas.
- Sabe por que ele te contratou, meu bem? - se abaixou, a boca chegando ao nível de minha orelha, seu tom de voz diminuindo gradativamente - Por pena. Porque ele sabia que não tem onde cair morta.
Eu havia ouvido sua risada cruel.
Havia sentido-a se andar e se afastar, ainda sentada na cadeira.
Seu ataque não havia durado nem cinco minutos.
Mas eu sentia que não esqueceria daquilo por nem um segundo do meu dia.

Um comentário:

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