segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Imagine Belieber Hot - Capítulo 1

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                  Imagine Belieber Hot - Capítulo 1    
                                                       
             

“Não sou hipócrita, não dá para fingir que não sou sexy”
(Esse imagine é uma adaptação de outro imagine de meu outro blog, espero que gostem :)

'P.S: O sobrenome da Personagem principal será Stroome, eu fiz dessa forma porque é meio chato ficar colocando "SeuSobrenome" o tempo todo, espero que gostem mesmo assim.'

                                                  Seunome Stroome
       Todos pensariam que foi uma farsa ou um fingimento errado de sua parte. Mas eu...eu penso que foi por amor. E não poderia estar mais feliz. Terei, quem sabe, um recomeço.
   Abri meus olhos lentamente, de forma reconfortante. A luz da janela estava no meu rosto. Mas de que importava? Aquele sorriso jamais sairia do meu rosto e eu sabia muito bem o motivo.
   Um sonho calmo. Que me fez rir por alguns momentos e me trouxe uma paz inimaginável. Fez eu me sentir mágica, infinita, única, feliz.
   E então eu percebi que chegou o dia. Aquele dia em que você acorda e sente uma paz digna de Gandhi, percebe que nada pode tirar essa calma de dentro de você. O mundo pode cair, mas você vai estar relaxado e não será atingido. Você ficará tranquilo e radiante, não importa o que aconteça.
   Aquele dia que só acontece uma vez na vida.
   Sorri. O orgulho chegando ao meu rosto e eu não consegui pensar em nada que não fosse rir sozinha.
   Nada melhor que um sorriso de rasgar o rosto.
   Me levantei devagar, me sentando na cama, pegando o relógio nas mãos.
   7:40.
   Arregalei os olhos.
   Puta que pariu.
   Levantei-me da cama totalmente atrapalhada, derrubando o relógio junto com o lençol, que levou o meu corpo junto. Caio enrolada no lençol e com o relógio quebrado ao meu lado. Tento me levantar e ao mesmo tempo tirar do meu corpo aquele lençol que mais parecia estar possuído por um espírito do que qualquer outra coisa, ficando naquela dança de minhoca convulsionando por alguns segundos até finalmente conseguir levantar e correr, não sem antes gritar "consegui!" para aquele lençol do demônio. Quem ele pensava que era?
   Foi legal e eu me senti a pessoa mais adulta e superior daquele quarto.
   Até tropeçar novamente no lençol e bater o dedinho na cama.
   Fechei meus olhos com força. Eram 07:40 e eu precisava estar pronta pra uma entrevista de emprego ás 8:00. Considerando a distância do meu apartamento até a Bieber's Group Inc. eu ainda teria que pegar dois ônibus. E se todos aqueles boatos sobre a exigência dele com os seus funcionários forem verdade...
   Engoli em seco.
   Me levantei como uma pessoa decente faria, mandando Gandhi e sua paz irem procurar o que fazer. Fui até o banheiro como um animal acuado depois de ouvir uma bronca de uma pessoa ruim. Só que no caso, a pessoa ruim era o diabo do lençol.
   Tomei um banho rápido. Sentindo a água quente caindo contra o meu corpo, a vontade de ficar lá por mais tempo, porém a certeza de que eu precisava desse emprego como a minha vida me fez desligar o chuveiro e me apressar.
   Nunca estive tão preocupada na vida. Preciso urgentemente desse emprego para ajudar a Dallas a pagar o apartamento - já que o salário dela não paga nem um terço das contas - e eu perdi o meu último emprego graças a atrasos. Dizem que o senhor Bieber é rude e perfeccionista com seus funcionários e isso não me acalma mesmo.
   A algum tempo ainda dava pra aguentar, mas sinto que hoje em dia não dá mais. A situação está a cada dia mais crítica nesse apartamento. Fingir que não está acontecendo não é mais uma opção. As dívidas só aumentam e tudo está ficando pior. Penso no quanto ela ficaria decepcionada se eu não conseguisse aquele emprego.
   Dallas.
   Desde os últimos acontecimentos traumatizantes que me fizeram entrar numa bolha invisível e esquecer do mundo lá fora, Dallas resolveu que eu precisava me livrar logo daquilo. Ela me convenceu a ir até aquela empresa, correu atrás de vagas e passou tentar enfiar na minha cabeça a ideia de que eu tenho capacidade de ir a uma empresa como aquela sim e não adianta reclamar. Penso no seu sorriso largo quando me contou radiante que a empresa estava com vagas. Depois, penso como seria o seu sorriso se eu lhe contasse que não havia conseguido. Sim, porque ela sorriria. Mas seria um sorriso triste, melancólico e decepcionado.
   Um sorriso que só estaria ali para me encorajar a continuar, nada mais.
    Coloquei uma blusa formal branca, uma calça jeans e um tênis. Eu não sei como as pessoas daquele lugar devem se vestir, então escolhi essa roupa mesmo. Quer dizer, é apenas uma entrevista de emprego, nada de ruim ou desastroso pode acontecer, não é?
   Desci as escadas rapidamente, enquanto terminava de vestir o meu casaco, quase tropecei em um dos degraus e por sorte não caí.
   Ao descer, avistei uma Dallas animada e - quase - neurótica preparando panquecas para nós duas. Ela tinha a mania de colocar coisas que achava engraçado nas comidas que fazia e em uma ocasião muito infeliz, dentro da minha bolsa. Ela sempre achou que aquelas coisas iriam alegrar o meu dia, e eu sempre achei que poderia muito bem ter um dia feliz sem precisar achar um sapo sorrindo e usando batom dentro da bolsa.
   Tentei sair sem que a mesma me notasse.
   - Bom dia, sua vadia. - disse sem precisar se virar pra mim. Parei. Aquilo em volta da panqueca era uma camisinha? Balancei a cabeça. - Tenho uma surpresa pra você na sua bolsa.
   Lá vem...
  Peguei uma maçã e minha bolsa em cima da mesa e continuei indo em direção a porta.
   - Não vai mesmo falar comigo? - questionou, concentrada em sua tarefa peculiar.
   - Desculpa Dallas - cheguei á porta com pressa - É que eu to muito atrasada.
   E eu realmente estava. Tomar banho e me vestir tomou muito o meu tempo. Agora faltam pouco menos de dez minutos para o início da entrevista. Isso sem somar os minutos que perdi no meu UFC contra a mobília. Se meu chefe for rígido e severo como todos dizem...senti um calafrio no corpo e decidi não pensar muito nisso.
   Quando finalmente cheguei ao ponto, vi um ônibus saindo na frente. O meu ônibus.
    Fala sério. Isso não pode estar acontecendo...
   Não que eu esteja duvidando do meu poderoso azar.
   Tentei alcançá-lo, mas seria impossível.
   O tempo estava esquisito. Talvez, daqui a uma ou duas horas uma chuva assustadora irá cair. E a minha única esperança era um outro ônibus que por pura sorte resolveu passar aqui a esse horário.
   Mas isso não aconteceu.
   O que aconteceu foi um táxi velho chegar após vinte e cinco minutos e ir devagar durante todo o percurso. As coisas sempre acontecem assim quando estou com pressa, já me acostumei.
   Olhei para o taxista e senti que minhas costelas iriam partir com o meu esforço pra segurar o riso. Eu realmente não tenho preconceito algum com quem tem bigode. Em alguns fica legal, em outros fica divertido, mas nele parecia que ele havia equilibrado um esquilo entre a boca e o nariz. Controle-se, SeuNome. Respire.
   Não ria, não ria, não ria...
   Sinto uma sensação ruim, mas resolvi ignorá-la. É apenas nervosismo de quem está prestes a ir para a entrevista de emprego que irá mudar - ou não - a sua vida dali pra frente.
   Por alguns segundos, observei a paisagem lá fora. Joutech Blue. Um dos climas mais frios de toda a região. A cidade da tecnologia. Uma cidade famosa e visitada por todo mundo. Para os otimistas era o futuro concentrado em alguns muitos quilômetros quadrados. Para os pessimistas era "noites frias e assustadoramente escuras, pessoas insensíveis, corações doloridos e tecnologias substituindo a capacidade humana". Para mim, era só uma cidade.
   É isso que Dallas não entende. Aquela empresa é o que oferece tecnologias para aquela cidade que é conhecida mundialmente justamente por elas. O quão assustador isso é? O quão desesperada eu deveria estar?
   O taxista pareceu perceber que estava fazendo um percurso equivalente a dois ônibus e pareceu não gostar muito daquilo, percebi isso pelos seus gritos e xingamentos.
   Mas só haviam três coisas que eu conseguia pensar enquanto aquele ser bigodudo se responsabilizava pelas minhas futuras dores de ouvido 1) eu chegaria muito atrasada. E quando eu digo muito atrasada, eu quero dizer muito atrasada, 2) suas broncas não mudariam em nada o quão ferrada vou estar no momento em que chegar lá, e 3) de repente aqueles seus bigodões passaram a me lembrar muito ao senhor-cabeça-de-batata o que me fez apontar e rir. E o que lhe fez me expulsar do carro.
   E ainda faltavam quatro quadras para chegar a empresa.
   Pelo jeito ele não gosta de risadas inapropriadas.
   Ou de Toy Story.
   Estava chovendo levemente e eu ainda tinha muito mais que cinco minutos no percurso a pé. Minhas roupas certamente molhariam. E ele pareceu ter notado isso quando me deixou numa das poucas áreas descobertas da cidade.
   Desgraçado.
                                                     **************************

   Finalmente cheguei ao estacionamento. Arrumei minhas roupas antes de entrar, já que estavam molhadas e amassadas. Eu precisava estar apresentável, essa entrevista mudaria o meu futuro daqui pra frente.
   Ao adentrar os portões da empresa, sinto uma exclamação vir do fundo da minha garganta ao dar de cara com aquela realidade: o chão era branco e perfeitamente polido. Haviam muitas cadeiras de vidro em um canto e tudo era muito branco e limpo. O espaço era enorme. Pessoas circulavam pra lá e pra cá como robôs programados para isso e havia um aparelho grande e transparente nas mãos de cada uma delas. Ao fundo estava a mesa da recepcionista, uma mesa branca e impecavelmente iluminada. Eu realmente queria dizer algo sobre aquele lugar, mas sinto que a palavra perfeita pra defini-lo ainda não havia sido inventada.
   E a temperatura era...fria. Muito fria. Muito mais fria do que lá fora e eu desconfiava que mais fria do que qualquer temperatura que eu já tenha sentido na vida.
   Eu estava estremecendo mesmo estando de casaco.
   Sinto um nervosismo percorrer o meu corpo. Todos estavam tão bem vestidos e apresentáveis...e eu usava calça jeans e tênis All Star.
   O que eu estava pensando? Que entraria numa empresa como aquela e encontraria todos usando roupas comuns e do dia-a-dia? Acho que mais uma vez eu estraguei tudo.
   Todos naquele local me lançavam olhares de pura desaprovação.
   Eu estava nervosa. Meu coração palpitava agilmente dentro do meu peito e minhas mãos suavam. Vejo alguém passar por mim, aquele perfume delicioso e hipnótico adentrou as minhas narinas e me causou uma sensação maravilhosa.
  Foi quando meus olhos encararam um corpo perfeito. Cabelos castanhos e perfeitamente alinhados, usando uma blusa branca com botões demais abertos e uma voz intensamente rouca falando ao telefone.
   Quem era ele? E como conseguia ser tão perfeito?
   Ele sorriu pra uma de suas funcionárias, que pareceu entrar em uma espécie de transe ou levar um choque muito forte. E até eu, que estava em uma distância considerável, senti os pelos do meu corpo se arrepiarem e um calafrio me percorrer. Aquele era sem dúvidas o sorriso mais lindo que eu já havia visto. Seus dentes eram perfeitamente brancos e alinhados.
   Suspirei baixo.
   Aquele seria o meu chefe?
   - Senhorita Stroome? - uma voz feminina me chamou a atenção e me tirou daquele transe.
   As pessoas ainda me olhavam com maldade e reprovação e eu imaginei se eles não queriam o meu casaco. Porque eu não iria dar.
   A moça parada a minha frente tinha cabelos vermelhos em um tom gritante, porém belos. Sua pele negra contrastando com sua maquiagem muito bem feita. Sua postura era rebelde, eu sentia como se a palavra "treta" estivesse tatuada em sua testa. O que não acalmou em nada o meu nervosismo.
   Até o olhar dela me humilhava. Ela me encarava com deboche, certamente deve estar achando que eu jamais conseguirei emprego em uma empresa como aquela.
   Bom, ela tinha razão.
   Sou tão tímida, reprimida e desajeitada. Um chefe tão elegante e sedutor como o senhor Bieber nunca me escolheria para um cargo tão concorrido como o de secretária administrativa.
   - S-sim... - respirei fundo e fiz a voz mais firme que conseguia - Sim, sou eu...ér, eu vim para a entrevista.
   - Percebi. - cuspiu sarcasmo - Me acompanhe. Irei ver com o senhor Bieber se ele está disponível no momento.
   Assenti e ela me guiou até um corredor enorme acima da escadaria. Senti minhas pernas tremerem a cada degrau e corri o risco de me desequilibrar naquele material fino e - também - de vidro. Me sentei em uma daquelas cadeiras luxuosas e transparentes, tudo ali parecia ser muito caro. A moça ruiva caminhou em direção a uma outra escadaria - essa nem ao menos tinha um lugar para apoiar as mãos, mas como a outra tinha degraus suspensos e de vidro. Antes de subir o primeiro degrau, ela parou e se virou pra mim.
   - E a propósito, está a mais de quinze minutos atrasada. - ela sorriu e eu retribuí automaticamente tentando me mostrar simpática.
   Ótimo. Mal comecei e ela já me odeia.
  Ela subiu as escadas lentamente, mais pra me torturar do que pela dificuldade que seus saltos pontiagudos lhe proporcionava.
   E então eu finalmente entendi. O que aquelas pessoas pensavam sobre mim...era muito mais sério do que eu imaginei. Pobre menina vindo de um bairro distante, roupas inadequadas demais para estar aqui, experiência quase inexistente e nenhum poder aquisitivo. 
   Não era inveja, era desprezo. E a sensação era humilhante, ruim e quase dolorida.
   Eu preferia que eles só quisessem o meu casaco.
   Minhas mãos suavam e tremiam ao nível preocupante. E aquilo não se aliviou em nada quando a moça de cabelos gritantes se aproximou com uma cara nada boa.
   Eu devia ter previsto.
   O senhor Bieber ficou nervoso com o meu atraso e descontou sua raiva na moça. Gritou o quão repudiável é alguém ter a audácia de se atrasar tanto sem fazer uma única ligação pra avisar o porquê.  Mandou que eu fosse levada dali pelos seguranças. E achou outra funcionária: uma mais eficiente e sem atrasos.
   Eu poderia deixar minha mente continuar me azucrinando por mais alguns minutos, mas a Cabelos Gritantes parou a minha frente e me olhou dos pés a cabeça com nojo.
   - O que aconteceu com sua roupa? - foi o que ouvi.
   Han?
   Foi tão ruim assim?
    - E-e-eu... - eu não conseguia pensar direito. Meu coração explodiu em batidas e eu senti como se minhas entranhas estivessem virando água.
   Respirar era difícil.
    Ela revirou os olhos, me pedindo para acompanhá-la até o escritório do meu futuro - ou não - chefe. O que aquilo significava?
   Me levantei sentindo as minhas pernas estremecerem por conta do meu nervosismo. Minhas mãos suavam frio e minha visão ficava turva. Meu coração batia tão forte dentro do meu peito que eu podia jurar que o ouvia. Eu tremia por dentro.
   Ele ficou com raiva.
   Ficou enfurecido e eu nem havia sequer chegado a sua sala.
   Me chamou ali apenas para descarregar sua raiva e repudia.
   Subi cada degrau cuidadosamente para não fazer nenhuma besteira ou tropeçar no meio do caminho, isso era tudo o que eu temia.
   A moça apenas parou ao meu lado. Havia algum sensor de presença na porta e não era preciso bater, ela explicou. Os segundos na frente daquela sala sem nenhuma resposta foram eternos.
   Batimentos.
   Respirei fundo fechando os olhos. Aquilo costumava me deixar muito mais nervosa, mas eu não conseguia pensar em nada melhor naquele momento.
   Piscadas.
   Sim! Piscar é bom.
   Pisque somente duas vezes por minuto.
   Olhar.
   Perfeito, olhar demonstra confiança e assim eu conseguirei o emprego fácil, fácil.
   Por que de repente eu comecei a piscar trinta vezes em um único minuto? Tinha alguma coisa a ver com as tremedeiras nas mãos?
   Postura.
   Vamos, arrume essa postura dragoa velha A voz de Dallas fazendo uma imitação do que ela achava ser a minha mãe ecoou em minha cabeça naquele momento inoportuno. 
   Endireitei minhas costas, respirando muitas vezes.
   Não! Agora você está parecendo uma lagartixa com asma.
   Ah, vai cuidar da sua vida, Dallas! Você e Gandhi deveriam tentar.
   Fechei meus olhos e respirei fundo pela última vez, suplicando a mim mesma pra não fazer nenhuma besteira ou gaguejar enquanto falo. Não suportaria falar baixo demais e ter que ouvi-lo me pedindo pra aumentar o tom. Travar em meio a uma fala e ter que vê-lo erguendo as sobrancelhas ou dizendo que eu não me qualifico para o cargo. Qualquer erro ali seria fatal.
   A porta se abriu.
   E meu coração explodiu em batimentos.
   Adentrei a sala em passos lentos, sentindo a porta sendo fechada atrás de mim. Se fechou junto com a minha última chance de correr dali.
   Ele estava sentado em meio a uma enorme papelada, concentrado, enquanto assinava alguns documentos e digitava algo em seu computador. O que eu deveria fazer?
   Fui me aproximando lentamente até o centro da sala e ele não me notou. Continuou focado naqueles documentos como se eu não existisse ali. Umedeci os lábios, que tremiam. Será que eu estava sendo silenciosa demais?
   Tentei controlar a respiração e fazer qualquer coisa que demonstrasse confiança, mas eu não conseguia raciocinar. E ele nem estava olhando ainda. O que faria quando ele se movimentasse? Quando se levantasse? Notei que a cada minuto estava ficava mais e mais aflita.
   A sala estava silenciosa.
   Eu até poderia ouvir os meus batimentos.
   Estava desesperada em meio a aquele segundo infinito e olhei para a cadeira branca um pouco a minha frente, parecia confortável. Mais confortável do que qualquer coisa que eu já tenha sentado na vida. Tudo era tão impressionante, desde o chão até cada móvel propositalmente espalhado ali. Tecnologias que eu não veria em lugar algum, senão na sala do CEO de uma das empresas mais cobiçadas do mundo. E atrás de sua mesa...as paredes eram cobertas por janelas que iam do chão ao teto, me dando uma visão perfeita da cidade da tecnologia. Joutech Blue nunca fora tão bela até aquele momento.
   - Não vai dizer nada?
   Sinto meu corpo se arrepiar ao ouvir aquela voz. E desvio o meu olhar da janela até ele...
   E preferia não ter o feito.
   Meu corpo estremeceu com o seu olhar totalmente focado em mim.
   E que olhar. Era algo tão profundo e intimidador.
   Minha boca secou e minha visão ficou turva. Respirei pesadamente, forçando-me a ficar calma. Minha espinha congelou, tudo tremia.
   Minha garganta estava seca e eu só pensava em beber água.
   Ele era claramente a pessoa mais segura do ambiente. Sua posição dominadora sobre sua cadeira já provava o suficiente. Era confiante e firme. Não se abalaria com nada ali. E eu...
   Eu acho que...
   Eu engasguei.
   Fiquei tossindo como um porco doente por quase um minuto inteiro. Tentava urgentemente respirar nos intervalos de tempo, enquanto ele observava tudo sério. Vamos, jogue ar! É o que melhora, não é? Abri a minha bolsa em busca de um lenço umedecido ou qualquer coisa que se parecesse com um. Senti algo umedecido dentro de uma pequena embalagem. Achei!
   Coloquei o lenço na boca. Consegui parar de tossir aos poucos e muito devagar, porque ele era pequeno demais. Estava com um gosto estranho também. Um gosto bem horrível, na verdade. E estava molhado...não da forma que um lenço deveria estar. Tirei-o da boca e o observei.
   Não era um lenço.
   Era uma camisinha.
   Minha boca ficou seca.
   Tenho uma surpresa pra você na sua bolsa.
   Eu quis morrer.
   Meu estômago dava voltas e a maçã de mais cedo parecia querer ar fresco fora do meu estômago.
   Preciso me lembrar de matar Dallas quando chegar em casa.
   Joguei aquela coisa demoníaca pra longe como se pegasse fogo e ela acabou caindo na mesa do homem a minha frente que me encarou com as sobrancelhas erguidas. Merda...ele viu.
    E seu olhar inexpressivo me disse que aquilo não havia sido uma ideia inteligente.
    Será que ele ficou com raiva? Com mais raiva que antes?
   - Sente-se. - ordenou firme.
   Tentei esconder minhas mãos de alguma forma, pra que ele não visse o quanto tremiam. Um nó se formou em minha garganta enquanto eu me sentava, por mais que eu respirasse fundo nada acalmaria a velocidade desesperada que meu coração batia. Se eu ficasse muito quieta ele iria esquecer da camisinha?
   - Bom, como deve saber, você está aqui para uma importante entrevista de emprego. Para o cargo de secretária administrativa. - ele disse apoiando os seus braços na mesa a sua frente.
   - Sim. - disse um pouco baixo demais.
   - O que você disse?
   - Eu disse que sim... - aumentei um pouco o meu tom de voz.
   - Oh, sim... - ele ergueu uma de suas sobrancelhas. Como se avaliasse cada uma de minhas ações. Como se pudesse observar a minha alma. - Senhorita - leu algo no currículo - Stroome. Senhorita Stroome, eu andei analisando o seu currículo e vejo que é muito capacitada para o cargo. É uma pena ser tão irresponsável.
    Irresponsável? Ele havia me chamado de irresponsável? Eu não tenho nem um dia de empresa e ele já pensava isso de mim? Vejo que esse emprego não durará muito.
   - Como já deve saber, essa é uma das empresas mais famosas e lucrativas da América. E eu não posso permitir que uma funcionária chegue atrasada, posso? - completou.
   - Sim...n-não...quer dizer não. - disse me atrapalhando com minhas próprias palavras.
   Ótimo. Ele deve estar pensando que eu sou uma idiota.
   - Pois bem, você deve estar ciente de que por culpa da sua falta de compromisso e responsabilidade eu tive que cancelar duas entrevistas que eu tinha a essa manhã. - ele dizia calmamente, mas suas palavras estavam me pisoteando.
   - M-me...p-perdoe...senhor Bieber.
    Me lançou aquele olhar. Profundo, intenso e único. O tipo de olhar que você nunca espera receber ás oito da manhã na sua primeira entrevista de emprego. Só um olhar e eu tremi inteira. Meus dedos estavam trêmulos e formigavam, enquanto meu corpo travou por uns bons minutos.
   Ele nem precisava se mexer. E eu já estava cruzando e descruzando as pernas diversas vezes, mordendo o interior da minha boca, desviando o olhar quando podia, tentando controlar meus batimentos e imaginando como deveria estar a minha cara naquele momento.
   - Perdão não muda as coisas. E nem vai concertar a bagunça que sua falta de responsabilidade causou a esta empresa nessa manhã.
   Mordeu a ponta de sua caneta voltando sua atenção a leitura de meu currículo.
   - E-eu...eu posso explicar...aconteceram cois...
   Me ignorou.
   - Como conheceu a Bieber's Group Inc.?
   - E-eu... - queria me bater pra parar de gaguejar.
   Levantou a sobrancelha esperando por uma resposta.
   Engoli em seco.
   - Como conheceu a Bieber's  Group Inc., senhorita Serena?
   A confirmação de que ele só dizia o meu nome corretamente quando o lia no currículo veio ali.
   - SeuNome. - disse baixinho.
   Pra mim foi algo comum, mas o olhar de completa descrença e o semi cerrar de seus olhos me provaram que ninguém ali lhe corrigia.
   Eu estava sendo um fracasso.
   Não. Estava além de um fracasso.
   Se ele não terminasse aquela entrevista me odiando completamente seria um milagre.
   - O que disse? - seus dedos tocaram a capa de um caderno preto ao seu lado e minha atenção se prendeu ali.
   - Meu caderno amigo. - aquilo tinha saído errado...- Quer dizer...minha melhor amiga...Ahn...eu já tinha ouvido falar antes, da empresa, e...
   - É uma das maiores empresas do mundo e você só "ouviu falar"? - seu tom era sério demais. O que não me acalmava em nada. Seus dedos se movimentaram na capa do caderno e eu me vi estremecer. - Aqui diz que você passou quase um ano sem trabalhar em lugar algum...
   - É que eu tive problemas pessoais, a um ano, minha mãe ela...
   - Senhorita Sirene, eu tenho cara de psicólogo?
   Sirene.
  Ele me chamou de sirene, mas não disse o meu nome corretamente.
   - N-não, senhor Sty...
   - Então pare de fazer resumos de sua vida como se importasse. Basta acenar com a cabeça, certo? - explicou como se falasse com uma criança. E foi exatamente assim que eu me senti. - Nós vamos pra Amsterdã. - meu coração parou. Só pra depois voltar a bater com toda a força. Mas que droga era aquela? - Você está num hotel e algo...digamos...grave acontece. Você tem a chance de salvar a sua vida, mas vai ter que deixar a outra pessoa morrer. Se deixá-la ir ela vive, você morre. Se ficarem ambas vão morrer. Você precisa fazer a sua escolha. O que você faz? - estava exemplificando. É claro!
  - E-eu acho que...
  - Você não sabe.
  - Não.
  - Não foi uma pergunta. - cortou, me fazendo calar. Seu olhar soberbo e superior se direcionou aos meus olhos mais uma vez, me forçando a desviar. Vi desconfiança no seu olhar e não entendi.
   Aquela era sem dúvidas a pior entrevista de emprego que eu já havia feito na vida. Eu nem precisava terminá-la para concluir isso. Eu simplesmente não sabia o que fazer e quando ele me olhava eu só conseguia suar e gaguejar. Patética. Sentia-me a ponto de chorar de desespero.
   Seu olhar desceu por minhas roupas e eu vi o meu estômago congelar.
   Não. Por favor...não.
   Não, não, não.
   Ele se levantou.
   Certamente estava espantado pelo estado das minhas roupas. Me senti diminuída, desajeitada, informal, horrível. Tudo por estar com roupas como aquelas e enquanto ele usava algo tão...provocante.
   E o pior era ter aquele olhar me analisando, era como estar nua.
   Voltou a me analisar minuciosamente. Seus movimentos sempre muito certos e perfeitos. Nenhuma insegurança, nenhum nervosismo...
   Quando aconteceu.
   - Levante-se. - ordenou.
   A sala estava silenciosa e eu ouvia o som de seus passos e da minha própria respiração descontrolada.
   Ele só parecia ter notado minhas roupas naquele momento e as encarava inexpressivo. Observando o excesso de organização de sua empresa empresa eu sabia o motivo de sua possível indignação. Nunca estive tão desesperada e apreensiva.
   - O que está pensando? - ele perguntou, me tirando de meus pensamentos.
   - O-o qu...o quê? - disse sentindo o meu coração quase saltar pela minha boca. Droga. Eu havia gaguejado novamente.
   Maldita timidez.
   - Eu te deixo nervosa? - ele ergueu as sobrancelhas e foi se aproximando de meu corpo, e eu fui recuando lentamente.
   O que estava acontecendo ali?
   - N-não, ér...não é nada, senhor Bieber. - digo nervosa. Na verdade, eu esqueceria até o meu nome com toda aquela proximidade.
   - Pois não é o que parece, senhorita Stroome. - ele se aproximou mais um pouco de meu corpo e eu recuei mais uma vez, sentindo uma parede atrás de mim. Oh não, eu estava sendo encurralada.
   - O que está acontecendo com você? - ele disse, percebendo que eu estava ofegante e arrepiada - Eu te provoco arrepios? - ele sussurrou em meu ouvido.
   Não o respondi. Apenas fechei meus olhos sentindo a sua respiração quente batendo contra o meu pescoço e agora no meu ouvido - Pode ficar com o emprego.
   Ele diz se afastando.

                                                          
Olá Babes! <3
Então, esse imagine terá em média 50 capítulos, e eu espero que gostem de assim como eu amei escrevê-la *u*
O blog está no início, então teremos poucos leitores por um tempo :c, então eu peço a vocês que divulguem para alguma amiga ou alguém que você acha que possa gostar :)
Com vocês, o mais novo imagine do blog, boa leitura!
(Qualquer semelhança com a antiga versão, do meu outro blog, me avisem que eu altero)
Dúvidas? conselhos? sugestões? críticas? "CLIQUE AQUI"

     

7 comentários:

  1. Continua pelo amr de deus!!!!!!!! continua logo gatah !!! estou anciosa !! bjo <3

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  2. Continua pelo amr de deus!!!!!!!! continua logo gatah !!! estou anciosa !! bjo <3

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    1. Oi amor, tenho um blog de fanfics e estou postando uma chamada Alma Gêmea, do Justin Bieber... Porque não da uma olhadinha lá? Se gostar, segue o blog para receber notificação!!!!!!!! Beijos
      imaginebelieberalmagemea.blogspot.com.br Se já pedi, me desculpa.

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  3. Respostas
    1. Oi amor, tenho um blog de fanfics e estou postando uma chamada Alma Gêmea, do Justin Bieber... Porque não da uma olhadinha lá? Se gostar, segue o blog para receber notificação!!!!!!!! Beijos
      imaginebelieberalmagemea.blogspot.com.br Se já pedi, me desculpa.

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  4. Oh god que perfeito mano sério MDS eu nunca li um primeiro capítulo tão perfeito como esse continua pfvr nescessito disso nescessito de miljoes de capítulos dessa ibh parabéns flor

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