segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Imagine Belieber - Fofo e Hot

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Dont Forget - Parte 1


"But Somewhere We Went Wrong, We Were Once So Strong, Our Love Is Like A Song, You Can't Forget It"
-Demi Lovato
Avisonesta fanfic Justin Bieber não é famoso.
P.s: Inspirado na música Don't forget - Demi Lovato / A fanfic é uma adaptação de Don't Forget do meu outro blog / Lexi é representada como irmã do Justin.

(Futuro/ 25 de novembro de 2017)

" O Som de um erro na nota da guitarra foi o aviso que eu precisava pra saber que meu tempo havia acabado, tudo oque tínhamos teria que acabar ali, sonhos, projetos, desejos... maldita mídia.
 Respirei fundo.
  Eu não podia desistir agora, havia muita coisa em jogo, muitas pessoas por trás disso. A fama não é como eu imaginava, por trás de todos aqueles shows, gravações, sessões de fotos, comerciais, roteiros, sorrisos, autógrafos e holofotes, há um grupo de pessoas poderosas e de grande poder aquisitivo, que só querem sugar tudo oque você pode conquistar, pessoas que te tratam como objetos, pessoas que acham que podem comprar sentimentos com contratos, esconder minhas lágrimas com sorrisos, pessoas que em toda a minha vida me trataram como uma máquina de fazer dinheiro... elas eram até inofensivas até certo ponto, mas quando as ameaças de morte começaram, eu me assustei, tentei recuar mais não havia saída, ou eu agia como mandava o contrato, ou eles me matariam, e se eu ousasse entregar oque acontece por trás de tudo, todas as manipulações que venho sofrendo desde que entrei nesse "terrível" mundo da fama, minha morte seria lenta e tortuoso.
   Vamos SeuNome querida, dê o seu melhor sorriso... sabe oque vai acontecer se não sorrir e abraçar todas aquelas pessoas, não? foi oque eu ouvi durante toda a minha vida, e quer saber? estou esgotada de toda essa merda.
Olhei para trás e o meu baixista me lançou um olhar de preocupação.
 Quem me dera se a minha desobediência afetasse só a mim mesma, eu iria atingir a todos ao meu redor, amigos, familiares, fãs, e até os haters.... Vamos SeuNome, você consegue!
 A decisão era minha, eu tinha que escolher entre a minha felicidade ou a vida do Justin... eu já passei por essa situação antes, bem no passado, antes de tudo isso acontecer, eu tinha que decidir entre eu e ele, e a minha decisão foi... a mais egoísta.
Engoli em seco.
Ah, quer saber? que se foda os meus sonhos, agora é a vez do Justin, e o meu tempo já acabou!
Respirei fundo novamente. Continuei cantando a música com letras e coreografias ensaiadas por horas, mas que naquele momento, eu esqueci completamente.
 Já podia imaginar os jornais... aquele seria o acontecimento do ano, e seria lembrado por no mínimo uns dez anos, dependendo da memória das pessoas. Podia imaginar os fãs, a família, meus amigos famosos e os pessoais, meus colegas de banda, meus pais... o Justin.
 Ah, o Justin, aquele seria um caso á parte, aquele garoto se tornou o meu ponto fraco, e do dia pra noite, eu me tornarei o dele.
 Andei em direção ao público, ouvindo fãs gritarem histericamente, com seus doces corações batendo mais forte, e seus lábios pronunciando o meu nome e palavras de afeto. Estendi a mão a um fã -  que me tocou como se eu fosse um deus, e não um ser humano como ele - , e fui caminhando e tocando as mãos de mais fãs sucessivamente, até tocar na de um que eu bem conhecia, aquele pele quente e macia, que já me tocou de diversas maneiras, e naquele momento fez uma onda elétrica atravessar o meu corpo, encarei seus olhos castanhos assustada, e ele sorriu de forma adorável, enquanto acariciava a palma da minha mão com carinho... aquilo seria muito mais difícil que eu pensava.
 Ele me olhava com luxúria, agia como se fosse o cara mais sortudo do mundo por me ter só pra ele, seus dedos acariciavam os meus, como se houvesse nós dois ali, e era justamente tudo oque eu queria.
Outro erro nas notas, agora não só a guitarra, como também o baixo.
 Aquilo não era apenas um sinal, e sim um pedido de socorro. Eu havia tocado as mãos do "rejeitado" pela mídia, ninguém me queria perto dele, agiam como se ele não fosse o suficiente... e aqueles seres humanos horríveis iriam matá-lo se eu não agisse de acordo com o plano.
 Eu só queria acordar agora, e descobrir que tudo foi um sonho, que eu não sou famosa coisa nenhuma, e que nada disso aconteceu, eu contaria tudo para o Justin, e ele me abraçaria todo protetor, me beijaria como nunca, e me faria esquecer tudo isso.
 Soltei aquelas mãos, sentindo os meus olhos arderem e o meu coração acelerar... era agora.
 Fui até o local combinado. já podia sentir o sorriso de satisfação no rosto daqueles desgraçados, iriam rir pelo resto da noite, principalmente pelo sofrimento do meu Jus.
   Já estava em posição, alguns caras já estavam a alguns metros atrás de mim, prontos para o meu fim.
   Sussurrei a última frase da música encarando aqueles olhos castanhos, até uma sequência de três tiros me atingir, e eu conseguir murmurar um "Adeus" antes de cair no chão, e todas as pessoas daquele lugar entrarem em desespero. Eram muitas vozes e gritos, e eu já perdia as forças... iriam adormecer, e agora é pra sempre.
  Entre todos os gritos, ouvi um em específico que me abalou.
- SEUNOME POR FAVOR! DIZ ALGUMA COISA... - Justin gritou roucamente - POR FAVOR...- ouvir a sua voz chorosa, despedaçou oque restava do meu coração -  NÃO FAZ ISSO COMIGO! NÃO ME DEIXE... DE NOVO! "
(...)


(Passado/ 08 de dezembro de 2014)

        O meu corpo tremia como nunca na vida - talvez pelo simples fato de ninguém nunca ter me deixado ter algum contato com chuvas -, minhas roupas estavam encharcadas e frias, a pele do meu rosto estava gelada assim como meu cabelo. A chuva era intensa, e eu sabia disso desde o momento em que resolvi fugir do ônibus de viagens em meio a uma das turnês mais lucrativas dos últimos tempos, cheguei no ápice da minha carreira, e ao contrário do que sempre imaginei, eu não estou nada feliz.
      Quem sou eu? sou SeuNome Moore, a garota que todos admiram, que é exemplo de comportamento para garotas e até mulheres do mundo todo, que é o maior desejo de garotos em plena puberdade e até de homens casados no auge dos seus 50 anos. Fiquei famosa aos oito anos de idade, e aqui estou eu com meus dezessete e ainda causando o mesmo efeito histérico em muitas pessoas. Sempre em listas Vip's de todas as festas, sempre em capas de revistas adolescentes, sempre cantando nos melhores lugares do mundo, atuando em uma média de 7 filmes por ano, e já adquiri a minha própria série de tv. Grammys e Oscar's nunca me faltaram. Bilhões de dólares lucrando anualmente, e grande parte sendo doada para instituições de caridades pelo simples fato de: EU NÃO SABER OQUE FAZER COM ESSE MALDITO DINHEIRO.
         Essa não é a história da garota que vai pra Londres com as amigas, esbarra com alguém na rua e pronto, achou o grande amor de sua vida, ou a da garota que acordou atrasada para ir ao colégio ou a qualquer outro lugar, e na pressa é atropelada pelo amor de sua vida, e muito menos a da garota feia que se apaixona pelo popular que faz bullying com ela. Nada disso, essa é a biografia da minha vida... e um esclarecimento a todas pessoas que acham que o mundo da mídia é algo bonito e maravilhoso... ele é sim um mundo maravilhoso, mas apenas para as pessoas que estão por trás de tudo, manipulando a sua vida, passando mensagens ruins que influenciam a vida de muita gente em seus clipes, e te ameaçando de morte se você não fizer o que eles querem. "Bem-vindos ao meu mundo!"
       Estou farta de pessoas ao meu redor me dizendo o quanto tem inveja de mim, e o quanto queriam ter ao menos um terço da minha fama, dinheiro e poder, um terço da minha vida perfeita... mas eu só queria gritar com todas as letras um "Eu não sou feliz!" e acabar com toda essa palhaçada. Não vou mentir dizendo que nunca fui feliz, pois bem no início, quando eu era uma criança e não fazia ideia de tudo oque acontecia por trás daqueles shows superfaturados, e gravações gigantescas para os melhores filmes do ano, eu achava a minha vida o máximo, me sentia no topo do mundo, mas foi a quase a única fase feliz da minha vida. Quase por que houve uma fase antes disso, uma em que eu era uma menininha inocente e estava diante da melhor pessoa que eu pude conhecer na vida, o garoto de sorriso puro e brilho no olhar, que me fazia rir com suas palhaçadas e foi o meu primeiro amor... Justin Bieber.
   Meus dentes trincavam um contra o outro, meu corpo estremecia e manter os olhos abertos estava ficando cada vez mais difícil graças a forte chuva que resolveu cair naquele maldita noite... mas por um lado aquilo era bom, ao menos eu podia caminhar por aquelas ruas sem ser reconhecida, nenhum paparazzi, nenhum Hater, e eu não precisava ouvir alguém gritando: "Vejam, é a Diva SeuNome Moore!"
   Naquela chuva eu não era SeuNome Moore, muito menos uma diva. Eu era uma pessoa normal... eu não era ninguém.
      Coincidências... eram as malditas coincidências que me fazem chorar em todas as noites chuvosas, e nessa em especial, porque... hoje completavam oito anos.
   Oito anos do melhor - e ao mesmo o tempo o pior - dia da minha vida. Maldito destino, maldita falta de dinheiro, maldita proposta feita, maldita seja eu por aceitar que a minha vida tomasse esse rumo.
Meus passos eram apressados, desde alguns anos, não consigo mais andar na rua sem sentir essa sensação de insegurança me perturbando, é como se os "caras" fossem me seguir aqui também.
 "Os caras" que eu digo, são as pessoas que estão por trás de tudo isso, nunca vi nenhum pessoalmente, suas ameaças são todas através de pessoas aleatórias. Eles decidem tudo oque irá acontecer na minha vida, que roupa irei usar na próxima apresentação - eles sempre escolhem as mais ousadas, pra chamar atenção -, quem será o meu próximo namorado, que é sempre um queridinho da música, que depois de alguns meses termina e eu sou obrigada a escrever uma música, pra que ela faça pessoas chorarem, e as vendas subirem. Eles também já sabem a idade em que eu irei casar - o noivo, obviamente, já deve ter sido escolhido -, quantos filhos irei ter,  até quando o casamento dura, etc, etc, etc.  




     Meu ônibus de viagens pra turnês parou ao meu lado, me fazendo paralisar, por poucos segundos, o meu coração parou de bater, e depois voltou com força total.
     Ótimo, os caras mandaram alguém vir atrás de mim. Eu até podia fugir correndo, mas fugir não é uma opção quando sua vida depende de algo, e era esse o meu caso e o de milhares de artistas por aí, eles não fogem, mas quando fogem, são encontrados mortos dias depois, com provas comprovando que foi suicídio, mas que na verdade, foi só um crime muito bem executado.
    Uma porta se abriu, e de lá saíram a minha empresária, e ao seu lado Lexi - minha melhor amiga -, as duas correram até mim, e me abraçaram firmemente, como se temesse que eu fugisse.
 - Você está louca SeuNome? - ela gritou, pegando no meu rosto frio e analisando o meu cabelo e roupas encharcadas - são quase 5 da manhã, e você está nessa chuva terrível? e se pega uma gripe, um resfriado ou até uma virose? eu teria que desmarcar todos os shows da turnê! nada de Disney pra você esse ano, mocinha...
- Foram eles não foram? - disse rudemente, ignorando todo aquele discurso ensaiado - eles mandaram vocês virem atrás de mim antes que eu fugisse, não é mesmo? - gritei e ela arregalou os olhos - ah, deixa eu adivinhar... você tinha o prazo de me encontrar antes do sol nascer, ou perdia o emprego?
Eles? de quem você está falando? - ela respondeu nervosa, e passou a mão na testa... poderia mentir á vontade, mas seus gestos corporais lhe entregariam.
Era sempre assim.
  Pensei em responder... eu podia dizer que ouvi a sua conversa uma vez, que li uma das mensagens formais e carregadas de ameaças que essas pessoas faziam, poderia contar que ouvi um cara dizendo que eu era a vítima perfeita, e que eles estavam faturando bilhões em cima disso tudo... mas, do que adiantaria? eu nunca poderia denunciá-los, e isso só iria por a minha vida em risco.
 - Nada - sorri docemente - eu estou bem! - afirmei, enxugando as lágrimas que já deviam ter parado de escorrer.
 Meu coração estava apertado, e sorrir não ajudava em nada.
- Vamos SeuNome... - ela respirou fundo - você tem uma entrevista marcada pra amanhã ás sete, além de gravações, e ensaios pra turnê... sua agenda está lotada.
Assenti e entrei no ônibus, seguida por ela e por Lexi, que não tirava os olhos de mim.
  Minha empresária entrou dentro de um dos "quartos"que tinha dentro do ônibus, e me entregou uma toalha, que não aliviou nada do meu frio, ela quase me deu outro sermão sobre o horário, e o quanto eu precisava estar dispersa na entrevista, mas desistiu quando viu o meu estado... eu estava triste, muito triste, coisa que ela via poucas vezes.
 Olhei para os lados, e notei que finalmente estava sozinha de novo, me sentei de frente pra uma das janelas do ônibus e cobri os meus braços com a toalha, meus lábios tremiam, e as minhas mãos estavam geladas.
 Os flashes dos acontecimentos daquela noite a oito anos atrás dominaram a minha cabeça, e eu senti a minha garganta se apertar, e meus olhos ficarem cada vez mais embasados... foram poucos minutos, e eu já estava chorando do novo.
                              

 Lexi ficou parada no encosto da porta, e me observou por breves minutos, até resolver sair dali e se sentar a minha frente, olhando nos meus olhos dolorosamente.
- Okay, já pode me contar oque está acontecendo - sua voz saiu firme - Por que você está chorando?
Olhei para o chão, como se estivesse uma resposta ali, ou uma saída. Ás vezes eu não quero me abrir, mesmo que seja com a minha melhor amiga, eu prefiro me calar e guardar tudo pra mim, falar de certos assuntos pode me fazer chorar mais ainda.
- Você não precisa saber... - Minha voz saiu mais chorosa e aguda do que eu planejava.
- É por causa dele, não é? - Ela disse de repente, e se eu não estivesse sentada, certamente cairia - Você ainda não superou estar longe do meu irmão?
Esse é o grande problema em ter amigas tão próximas como a Lexi, elas geralmente te conhecem mais do que você mesma.
Eu não sabia oque responder.
 Mas se tem uma coisa que eu aprendi nessa minha vida de entrevistas-todo-fim-de-semana, é que você nunca deve se calar, precisa sempre ter uma resposta ali, reformulada, pronta pra ser lançada, e é bom que sempre diga a verdade.
Respirei fundo.
- Sim, é isso mesmo - Eu estava chorando mais ainda - Afinal, são oito anos sem ele...
- Ai meu Deus SeuNome, eu não sabia que você estava contando... - Ela pôs a mão na boca surpresa e admirada.
- É que completam hoje... e esse dia maldito tinha que ter chuva, não tem como ficar mais depressivo- suspirei, voltando a olhar pela janela.
- Eu te entendo... também sinto falta dele, e lembro dele sempre que estou sozinha... - Ela deu um sorriso nostálgico, como se estivesse se lembrando de algo. - Afinal, o Justin é o meu irmão mais novo, e ao mesmo tempo, a pessoa mais fofa e engraçada que eu já conheci... - deu uma pausa, e voltou a ficar séria - mas você já tinha que ter esquecido dele SeuNome... você sabe muito bem oque eles podem fazer - olhou para os lados, como se checasse se tinha alguém vindo, e sussurrou - eles não o escolheram, e surtariam se te vissem com alguém que não tenha nenhuma fama e dinheiro, que pra eles é... sem utilidade.
- Eu sei Lexi, mas ás vezes eu penso... será que a minha vida vai ser assim pra sempre? eu nunca vou poder ter as minhas próprias escolhas? vou sempre depender da aprovação deles? - sussurrei a última palavra.
- Tudo isso vai acabar... seus fãs vão crescer, vão achar outros ídolos, e aos poucos vocês irá sumir da mídia e vai poder ser uma pessoa normal - Disse calmamente, mas a última coisa que aquelas palavras fariam seriam me livrar desse ataque de nervos. - E se eles não desistirem de você, você pode começar a fazer coisas erradas, desafinar em shows, tratá-los mal, e logo logo eles te esquecem.
- Mas... não pode ser assim... v-você não entende - olhei pra ela novamente, me esforçando ao máximo para sorrir - Em todos esses anos eu vi pessoas que realmente me amam e admiram, vi parte delas tatuando o meu nome, dedicando noites das suas vidas pra me mandar tweets, me dedicando fc's, tumblr's, subindo tag's, escrevendo músicas, fugindo de casa pra assistirem aos meus shows... eu não posso simplesmente esquecer de tudo isso, e desistir deles...- Sorri fraco, enxugando o meu rosto em seguida.
Ela suspirou, desistindo de seu plano maluco.
- Mas então... porque mesmo você estava chorando? - voltou a perguntar.
- Eu lembrei de tudo... todas as coisas que aconteceram e que eu não contei a ninguém... até porque, se alguém soubesse, logo eles saberiam... - falar sobre eles tantas vezes já estava ficando engraçado.
- Me conta SeuNome... por favor, você sempre fugiu desse assunto, ou resumiu tudo oque aconteceu... eu preciso saber oque aconteceu naquela noite a oito anos atrás, antes de nós irmos embora, e... deixá-lo.
- Ai Lexi, eu não sei se devo contar... - eu estava prestes a ceder, mas falar sobre aquele assunto iria provocar um aperto no meu coração, e eu não sei se estava pronta pra aquilo.
- Confia em mim, okay? - ela disse de forma adorável - eu sou irmã dele, e acima de tudo sua melhor amiga, eu não espalharia nada sabendo que te prejudicaria...
Suspirei, eu teria que contar... ela tinha todo o direito de saber.
- Tudo bem... - Sorri e olhei pra janela novamente, a chuva não tinha nem ao menos diminuído, continuava forte e gelada.
(Clique aqui, e deixe esse som enquanto lê)
-Justin e Eu, éramos amigos desde muito pequenos, e você já sabe disso... - disse e ela assentiu - e então a nossa amizade foi ficando a cada dia mais forte... Justin não era como os outros garotos, ele não gostava de me irritar ou agia como um idiota. Ele era brincalhão, espontâneo, adorável, engraçado, e ás vezes protetor... - sorri, e respirei fundo, notando que logo começaria a chorar novamente - ele sempre me fez rir, não importava se eu estava triste ou feliz, se o momento era bom ou ruim, ele sempre conseguia me arrancar um sorriso, e isso era incrível. Até me lembro de uma vez, em que ele estava triste, era a minha vez de ajudá-lo mas eu não sabia como fazer isso, então ele fingiu estar feliz pra me agradar, e novamente, me fez rir - enxuguei as lágrimas, sentindo meu coração ficar dolorido, como eu sentia falta daquele garoto... - Sempre que eu tinha um problema, ele ficava ao meu lado, e eu não retribuía bem a isso, eu sei... mas eu era só uma criança...
- E ele também...- Lexi se intrometeu, mas logo assentiu e pediu que eu continuasse.
- Okay, eu tenho uma parcela de culpa... mas enfim, eu me sentia a garota mais feliz do mundo por ter um amigo como aquele, um garoto como Styles... e o tempo foi passando, e quando eu vi, já tinha oito anos de idade e ele nove... e toda essa admiração que eu tinha por ele, foi se tornando atração, e depois paixão... e quanto eu vi já era amor... o meu primeiro amor - sorri mesmo tendo lágrimas escorrendo de meus olhos, tentei respirar fundo pela milésima vez, mas dessa vez não deu certo, e eu passei a chorar compulsivamente, com os lábios comprimidos e o corpo prestes a desabar - Mas ele não percebeu isso, afinal, ele é Justin Bieber, nunca perceberia nada que ninguém o contasse... bom, até aí eu acho que você já sabe de tudo, mas... quando eu tive que vir embora pra cá, aconteceu algumas coisas que talvez você não saiba...
                                                               .FlashBack On.

- Ai meu Deus, Justin! - disse emburrada - Eu já disse que vou embora a essa noite, não precisa ficar perguntando a cada cinco minutos.
- Desculpe SeuNome, mas é que... eu não consigo acreditar. - sussurrou baixinho, daquele jeito que só ele sabia fazer e eu senti meu coração doer.
Ele estava com medo, assustado, inseguro. Já senti algo parecido, e preferia morrer a ver ele se sentir dessa maneira, queria abraçá-lo e dizer que iria ficar ali pra sempre, que mesmo com a perda de sua mãe e o sumiço de seu pai, eu estaria ali, eu e Lexi seríamos a sua família... mas não era verdade.
 A verdade é que nós vamos embora a essa noite, e o deixaríamos com uma nova família que ele nem ao menos conhece.
Me aproximei devagar, vendo sua cabeça baixa e seu olhar perdido.
- Jus... - chamei-o pelo apelido que eu mesma escolhi - Olha pra mim.
Ele hesitou por alguns minutos, mas com a minha insistência ele levantou o rosto devagar, e então eu pude ver...
Eu me lembraria daquele momento pelo resto da minha vida.
Ele estava... chorando?!
Não, não, não!
Isso não podia acontecer, Justin não merecia sofrer, e muito menos por mim...
Ele é o meu melhor amigo desde que eu me entendo por gente, e não posso aceitar vê-lo pra baixo dessa forma.
Mas ele estava ali... os lábios entreabertos, os olhos merejados, um tanto perplexo, enquanto sua boca tentava fazer um movimento que mais se parecia com um... sorriso.
Ele estava tentando sorrir.
Sorrir para me alegrar, e me dizer que estava bem. Mas eu sabia que não estava, tinha certeza que no momento que eu saísse dali ele iria chorar até não poder mais.
Tive que resistir a enorme vontade de abraçá-lo, e chorar junto com ele, dizer que não precisa fingir estar bem, porque eu sei que nada disso é verdade, dizer que ele não precisa se preocupar tanto comigo, e que ele jamais ficará sozinho, porque ele é um ser humano maravilhoso e todos amam ele... Mas isso também era mentira afinal, ele não tinha amigos, apesar de ser um garoto adorável, ficaria sozinho por muito tempo, e saber disso não me alegrava nem um pouco.
- Q-qu... - tentou falar, mas gaguejou - Quando... ahn... você vai? - falou, e eu quis rir da sua falta de jeito, eu riria se não estivesse prestes a chorar.
- Jus... e-eu... - desisti de ficar enrolando quando vi seu olhar esperançoso, e resolvi dizer de vez a pior parte antes que seja tarde demais. - Duas horas. -suspirei - Justin, eu vou embora em duas horas.
Pude ver as lágrimas escorrendo por seu rosto no minuto em que ele se levantou do seu pequeno refúgio no canto do quarto, e não aguentou... saiu de lá.
- Justin! - chamei-o insegura, seguindo-o pela casa - Não será tão ruim assim, afinal, sua nova família é legal, eu os vi andando pela rua um dia desses, e... ahn.... você fará amigos, e... - não fazia a mínima ideia do que falar, pensei no que ele falaria se fosse o contrário, se eu estivesse sozinha no mundo, e ele tivesse prestes a fugir com Lexi para outro país, para correr atrás de um sonho...
É, isso não aconteceria.
O mais provável seria que ele desistisse do sonho.
Meu pequeno protetor.
Maduro o demais pra uma criança de nove anos.
Estou me odiando muito nesse momento.
Saí de meus pensamentos quando notei que ele andava de um lado para o outro, murmurando algo baixo, que eu me esforcei para ouvir:
- Nunca mais te verei na escola andando pelos corredores, nunca mais ouvirei sua voz logo pela manhã... nunca mais poderei ficar tentando te convencer de que tem talento, enquanto você tenta me provar o contrário... - franzi a testa sem a mínima noção do que ele estava fazendo, mas e então, quando percebi exatamente oque ele fazia, senti uma pontada no meu coração, e minhas pernas fraquejarem - Nunca mais chegarei em no recreio ansioso para contar o meu dia pra você, porque você não estará mais lá, e eu esterei sozinho... nunca mais vou ver o seu sorriso, nunca mais poderei te animar quando estiver triste, nunca mais poderei te abraçar, nunca mais poderei te defender das pessoas que tentarem te machucar, nunca mais... - ele continuava listando as coisas que nunca mais aconteceriam, e eu... Bom, eu só sabia chorar.
- Styles... - murmurei, não aguentando mais nem um segundo, e o abracei forte, enquanto ele ficava paralisado no meio da sala, e retribuía o meu abraço -...e-eu, eu posso ficar se você quiser... de verdade, esse sonho é só uma bobagem mesmo.
Ele me soltou no mesmo instante.
- Não. - disse firme, mesmo estando chorando - Nunca mais repita isso, não é uma bobagem, é o seu sonho e você não vai desistir dele.
- Mas você irá ficar sozinho... com aquela família. - Engoli em seco, até eu mesma sabia que aquela não era a família ideal pra ele, estão ficando com ele por não ter outra opção, e não por realmente gostarem dele. - Não. Eu não posso deixar você aqui.
- De qualquer forma isso vai acontecer, não vai? - Me encarou com seus olhos cor-de-mel - Eu não tenho escolha. Então corre atrás do seu sonho, e nunca mais diga que é uma bobagem.
Voltei a abraçá-lo, e não queria sair dali nunca mais.
- Nós precisamos nos despedir, Jus... - suspirei - São só duas horas, e precisamos fazer delas as melhores duas horas das nossas vidas - olhei para ele, só para encontrar um olhar esperançoso no lugar de lágrimas.
- Então... - ele sorriu - eu já sei oque fazer.
Me puxou, me levando no meio da chuva até a sua pequena casa da árvore, abracei meu próprio corpo sentindo o frio, enquanto ele mexia com a madeira que cobria a lateral da casinha, e... um fundo falso?!
- Jus, oque é isso? - disse curiosa, enquanto ele me levava lá pra dentro, e então eu pude ver um local abandonado, empoeirado, mas ao mesmo tempo tão pequeno e aconchegante - Um esconderijo secreto, que antes era só meu. - levantou um ombro e eu ri da sua falta de jeito - Era aqui que eu me escondia quando brincávamos de esconde-esconde... e, droga, não vou mais poder me esconder aqui. - decidiu.
Senti meu coração se despedaçar em milhões de pedaços.
Ele ainda acreditava que eu iria voltar, ainda tinha esperança de qualquer dia eu aparecer por aqui, e brincar com ele novamente.
Ele ainda estava sorrindo, quanto notou oque acabara de dizer.
- Ahn... só se você quiser, caso não queira mais brincar comigo, não precisa. - olhou para os próprios pés inseguro.
- Eu adoraria. - sorri, mesmo sabendo que aquilo provavelmente não aconteceria.
Ele sorriu, estava diferente, eu percebi, parecia nervoso, ou ansioso para algo.
Olhava para o chão o tempo todo, suas mãos tremiam, seu olhar parecia perdido...
E então algo inesperado aconteceu. Ele me beijou.
Meu mundo se revirou várias vezes consecutivas, e eu não consegui controlar os meus batimentos.
E quando ele se afastou, eu não tinha ideia do que fazer... estava tão confusa, e novamente estava chorando.
Porque as coisas precisam acontecer assim?
-Jus... e-eu... ahn...- tentei dizer algo, quando ele me interrompeu.
- Eu amo você. - sorriu docemente.
E novamente ele estava muito próximo, olhando nos meus olhos e com um olhar preocupado e a mesmo tempo tão puro e inocente... acariciou o meu rosto devagar.
- Não chora por favor. - sussurrou.
- Justin... a quanto tempo... ahn... v-você...? - encarei meus próprios pés tentando formular alguma frase que fizesse o mínimo sentido, mas ele compreendeu mesmo assim.
Ele me conhecia demais.
- Quando eu reparei no jeito que você sorri, na forma que você fica vermelha quando está com vergonha, na forma que seus olhos brilham quando está feliz, a forma como o seu cabelo muda de acordo com a forma que você penteia, em como você fica adorável mesmo sem maquiagem... - ele sorriu todo simples, mostrando as covinhas - Essas coisas.
Senti meu coração bater de uma forma diferente, todo aquele aperto ruim que eu sentia por estar indo embora, foi embora e eu me sentia bem, não poderia ficar feliz pois estava indo embora, mas pela primeira vez eu tive a certeza de que aqueles seriam os melhores últimos minutos de todos.
(...)
Estávamos conversando a alguns minutos, sentados em um canto de seu novo esconderijo recém-descoberto. Ele me contava sobre o quanto a minha vida iria melhorar dali pra frente, tentava me animar, não me fazer desistir, mas eu estava com a cabeça em outro lugar... só conseguia pensar em como a vida dele seria dali pra frente. Quem seriam seus amigos? Como sua nova família o trataria? Com quem ele desabafaria? Quem o faria sorrir novamente? Qual seria o seu destino?
Meus pensamentos foram interrompidos quando ele pôs algo em meu pulso, e quando eu observei melhor, era uma pulseira, pequena, brilhante, e simples. Tão simples que parecia ter sido feita por ele.
Senti minha garganta se apertar, e uma enorme vontade de voltar a abraçá-lo me veio.
Torci com todas as forças que ninguém nunca o magoasse, e nem fizesse ele se sentir menos do que perfeito.
Ele não merecia isso.
Senti sua mão quente acariciando a minha, e me fazendo me sentir melhor por alguns minutos, principalmente com o seu sorriso conformado.
- Estou muito feliz por estar aqui, nunca me senti tão feliz na minha vida. - confessou - mesmo essa sendo a última vez.
Queria respondê-lo, dizer tudo oque estava preso na minha garganta por todos esses anos, tudo oque eu sentia... mas eu não conseguia falar, e se eu me esforçasse começaria a chorar.
Vi os minutos se passando, e toda a minha coragem indo junto, e foi quando eu percebi que já era hora de ir.
- Bom... acho que é agora. - estava tentando parecer forte, mas por dentro estava desabando. - Chegou a hora do adeus...
- Você vai mesmo? - disse confuso, e... oh não, ele ainda tinha esperanças de que eu ficasse. - Nós nunca mais vamos nos ver? Não sei se estou pronto pra isso. - suspirou.
E foi ali que toda a coragem veio junto com uma grande dose de adrenalina, e eu alcancei os lábios e o beijei, depois me levantando e correndo rapidamente na chuva.

(...)

- SeuNome... e-eu... olha pra mim. - ele disse contra a janela do carro, que já estava ligado e prestes a sair, e eu o ignorei por falta de coragem de encará-lo - Por favor... olha pra mim... não me deixe, e-eu... - podia ouvir o seu choro, e estava me segurando para não encará-lo e transformar aquele momento em algo mais trágico do que já está - V-você é a minha melhor amiga, e agora eu não quero te perder... Por favor, não me deixe sozinho aqui... Lembre-se de todas as vezes que eu te ajudei, e também das vezes que eu precisei ajuda e você era a única que estava ali ao meu lado... SeuNome, e-eu não tenho mais ninguém, e...
O motorista acelerou e ele foi deixado para trás.
O meu Jus... o meu único amigo.
A pessoa que sempre me ajudou quando eu precisei estava com problemas... ele tinha medo de ficar sozinho, tinha medo do que sua vida seria dali pra frente... e oque eu fiz? Eu o ignorei.
Apertei meus olhos, esperando ter feito a escolha certa.
- Porque você não falou com ele? Porque você ignorou ele? Ele parecia ter algo importante pra dizer...
- Foi melhor assim. Não quero transformar esse momento em algo mais triste do que já é. - Disse me ajoelhando sobre o banco do carro, observando Justin pela janela.
Ele parecia tão perdido, tão sozinho. Pude ver quando ele limpou o rosto e parecia estar enxugando as lágrimas.
Eu o fiz chorar.
Respirei fundo, voltando a observar um garoto cada vez mais distante, e o meu coração doía muito.
Ele não era qualquer garoto.
Era o meu Jus.
                                                            .FlashBack Off.

Então, esse tempo todo a sua pulseira da sorte, era na verdade...- Lexi mal conseguiu concluir a frase e eu assenti.
- Sim, é a pulseira que ele me deu naquele dia.
Ela sorriu, levemente emocionada.
- Não acredito que tudo isso acabou dessa forma... e-eu não entendo...
- Nem eu Lexi... nem eu.

Você me deu todo o seu amor, e em troca eu só te dei um adeus.
Taylor Swift



Continua.
(...)


Hey Moças! <3
Eu espero que vocês tenham gostado ^^
Comentem, e em breve eu posto a continuação.
Qualquer erro, ou vestígio da outra versão (com Harry Styles) me avisem, que eu arrumo.
As partes Hot's virão nas próximas atualizações.
Perguntas? Sugestões? Críticas? "CLIQUE AQUI"
Meu Twitter -> @Justencapetado
Beijos.

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